sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Cinemark

Tem muita coisa errada. Todo dia nos defrontamos com o erro. Erro no valor da conta, cobrança indevida, funcionários mal preparados, atrasos em prestação de serviços, produtos com defeito, e por aí vai. Mas, proporcionalmente ao número de falhas, de qualquer natureza, os casos de reclamação são raros. Não estou falando dos protestos, ou da geladeira queimada, ou do Sedex não entregue. Mas as situações corriqueira, "bobas", do dia a dia. O ônibus que não passa no horário. A demora no atendimento bancário. A fila que não anda na bilheteria do cinema. De um modo geral (desculpe-me a generalização), parece que o brasileiro se acomodou. Fica a sensação de que não adianta nada, ou o esforço é muito maior do que a recompensa.

Nas inúmeras vezes em que fui ao Cinemark, digamos que em quase metade delas tive problemas com agilidade das filas. Em diversos locais, horários, dias da semana. Nunca vi uma alma viva chiar. Deveria, claro, nunca mais frequentar qualquer cinema desta rede. Mas, com o monopólio da rede, o domínio imperial que massacra o cinema de rua e faz com que alguns filmes estejam passando somente nessa rede, não me restam muitas opções. E foram muitas, mas muitas vezes em que chamei o gerente para que alguma providência no futuro pudesse ser tomada a fim de sanar possíveis eventualidades. Parece que ninguém me ouviu.

Hoje, 5 de fevereiro, saiu uma reclamação minha no Guia da Folha de São Paulo sobre a demora no atendimento das filas e as respostas protocolares da assessoria de imprensa, que parece copiar e colar a mensagem sem sequer consultar as bases do erro. É a quinta reclamação minha publicada no folhetim. Todas elas, claro, tendo como alvo o Cinemark, campeão absoluto e isolado de reclamações de tal publicação. Para se ter uma ideia, saiu hoje também uma outra reclamação de uma outra leitora. Na maioria dos casos, a porta-voz da rede se desculpa e oferece um ingresso-cortesia como forma de minimizar o constrangimento ou tentar sanar de alguma maneira o transtorno causado. É uma atitude simpática, que evita a proliferação de uma imagem denegrida da rede, muito embora poucas providências concretas tornam-se visíveis.

Muito provavelmente, tudo vai continuar exatamente do jeito que está. Enquanto houver filas quilométricas e consumo desenfreado de ingressos, pipocas, bebidas e guloseimas, o Cinemark tá cagando pra mim e pro Guia. Mas eu fiz a minha parte. Não vou mudar em nada a atitude prepotente deles, mas ao menos consegui a atenção de você, leitor, que talvez irá repensar onde ver seu próximo filme. É mais do que provado que em nada me agrada esse cinema que nasceu arrogante, tornou-se bebê mimado, cresceu bagunceiro e, agora que completa 18 anos, torço muito para que chegue à maioridade com a maturidade necessária e o profissionalismo desejado. Caso contrário, continuarei reclamando quantas vezes forem necessárias, vide a texto publicado no Guia de hoje. Desta vez, sem ingresso-cortesia pra me fazer calar a boca.