quarta-feira, 29 de março de 2023

Skinamarink: Canção de Ninar

Vendido como filme de terror, e viralizado nas redes sociais, o primeiro longa do diretor canadense Kyle Edward Ball mais promete do que cumpre. Tudo é muito sugerido, não há cenas explícitas. Pelo contrário. Analisado friamente, mais parece uma colagem de imagens aleatórias.

Tudo se passa no interior de uma casa, à noite. Dois irmãos pequenos cochicham entre si porque acham que existe uma ameaça maligna em busca deles. Objetos da casa somem de repente. O único contato com o mundo real, perceptível ao espectador, é uma TV ligada passando desenhos animados antigos. 

Se por um lado o diretor escapa das fórmulas prontas do gênero, que traz à exaustão rostos deformados e muito barulho repentino pra criar o susto, por outro ele derrapa na falta de consistência e coalisão entre as cenas. Parece meio que um compêndio aleatório, um flerte com o cinema mais experimental. Mas falta medo. Embora transite no universo onírico, o longa não tem elementos suficientes para fazer essa transição entre o real e o imaginário. Portanto, fica meio com cara de filme-enganação, estratégia fortemente propagada nos tempos de Bruxa de Blair.