sábado, 6 de agosto de 2016

Tinder

Mais uma enquete. Mais uma pesquisa de opinião sobre o Tinder. Tô ficando repetitivo, mas até aí foda-se. Melhor do que ficar elogiando a abertura dos Jogos Olímpicos. Vamos ao veredito:

Entro no aplicativo, rola um match, trocamos algumas conversas, marcamos um encontro. Nada muito avançado ou pretensioso. Algo como um café, um sorvete, um cinema. No meio do papo, a pessoa solta um "acho que vou voltar pro meu ex". Daí você conclui que:

a) Ela de fato pretende reatar com seu ex. Em suas perambulações cibernéticas constatou que, apesar das inúmeras brigas, o ex é infinitamente superior a esse bando de loucos, drogados e putanheiros que frequentam sites de relacionamento.
b) Ela está apenas sondando o ambiente, fazendo uma pesquisa de mercado, avaliando tendências comportamentais. Um estudo antropológico. Não quer definir nada de imediato, por impulso. Prefere o amadurecimento das ideias. É que nem mulher que vai comprar roupa em shopping: JAMAIS ela fecha negócio na primeira loja que entra.
c) Ela está, digamos, "se fazendo de difícil". Valorizando seu passe. Trazendo mais elementos para que a conquista seja verdadeira e sua escolha seja mais assertiva. Incentivando o seu mecanismo propulsor das súplicas de amor. Mencionar o ex, neste caso, funciona como uma espécie de provocação para você sair de sua zona de conforto. Indiretamente, ela quer despertar o lado Jane e Herondi dentro de você: "Não se vááá... / Não me abandone por favooor...". Do ponto de vista prático: ela está pedindo nas entrelinhas para você escrever uma poesia, oferecer flores, declamar Rimbaud de cor e salteado, fazer um curso de Gastronomia e adotar um Labrador.
d) Ela simplesmente não sabe brincar. Entrou no Tinder só por curiosidade, gostou de algumas pessoas, se encheu, tentou sair, não conseguiu, voltou com o ex, tentou novamente apagar o perfil mas esqueceu a senha, brigou com o ex, tentou voltar pro aplicativo mas alguma coisa deu pau, voltou com o ex mas deixou o perfil invisível, esqueceu o celular na Linha Amarela do metrô, trocou de celular, perdeu todos os contatos, voltou pro Tinder sem os contatos, mudou o perfil, deu erro de configuração, foi pro POF, voltou pro ex antes do ex, saiu do POF e, hoje, sua vida é um erro de configuração. Não é à toa que ela demorou mais de 20 dias pra te dar um "oi". O encontro de vocês foi um sintoma de um delay. Entre uma passagem de cena e outra, muita coisa aconteceu.
e) Ela é uma mundana. Terminou com o ex mas de vez em quando tira o atraso com ele, arrumou um outro provisório mas não sente nada por ele, apaixonou-se por um inacessível do trabalho, casado e muito mais velho e, pra não tentar resolver a barca furada em que se meteu, usa o Tinder como um gancho de aventuras e um suporte para se autoafirmar. Tudo muito rápido e volátil. O hoje é diferente do ontem. Falar que vai voltar pro ex é mostrar que você foi lerdo. Não percebeu nem soube aproveitar a deixa de 4,5 segundos que ela te deu. Agora, meu caro, a fila anda. Seu número de sorte 387 expirou. É que nem senha do Spoleto em praça de alimentação, saca?
f) Ela é insegura, tem medo de tomar decisões, demora muito pra fazer escolhas, tem medo de fazer escolhas erradas, mas também tem medo de não fazer escolha nenhuma. Ela não sabe o que quer. Mulher nenhuma sabe o que quer.
g) Aquele selfie com cara de intelectual que você tirou na Livraria da Vila até que despertou nela um certo interesse. Mas, no mundo real das relações, ela não foi com tua fuça. Além de mala e coxinha, você não tem sex appeal algum. Ela nem se deu ao trabalho de caprichar na criatividade da desculpa. Usar esse eufemismo desgastado soa tão patético e improvável quanto "vou sair para comprar cigarros".

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida

Por Antonio Carlos C. Junior



Trata-se de um ótimo filme, com um inicio bem frenético. E um final surpreendente. Enredo bem amarrado, com uma breve descrição de cada personagem. Ótimo para quem não conhece o universo DC.

O carisma dos personagens também é muito bem explorado. Tive uma primeira impressão de terem focado muito no pistoleiro (Will Smith) achando que poderia rolar uma “willsmithzação” mas, no decorrer do filme, eles souberam dar bastante ênfase em todos os heróis/anti-heróis.

Como eu já imaginava, os dois protagonistas que souberam cativar bastante o publico com certeza foram o Coringa (Jared Leto) e sua namorada, Arlequina (Margot Robbie), trazendo uma pitada de insanidade e comédia à trama.

Sobre as especulações referentes ao filme, esqueçam. É um ótimo passatempo com alguns easter eggs dos próximos lançamentos do universo DC e também dos que já estrearam, como é o caso do Batman X Superman (um leve spoiler: no final pós-créditos, uma cena alusiva ao filme). Esquadrão Suicida é espetacular, com alguns momentos de adrenalina misturados a piadas e muita insanidade. Realmente, a DC vem se superando cada vez mais.