domingo, 10 de outubro de 2021

O Matemático

Stanislaw Ulam é um matemático polonês que trabalhou no desenvolvimento das primeiras bombas nucleares para os Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. Esse é o mote do filme: trazer o desenvolvimento das pesquisas por um pequeno grupo de físicos, de forma até um pouco hermética, e acentuar o dilema entre eles sobre a finalidade desses estudos.

Usando um intimismo correto, porém cartesiano, O Matemático explora o comportamento amargo de Stan após os ataques nucleares ao Japão e sua resistência em entregar sua descoberta que viabilizaria a Bomba H. Isso se notifica pela cena inicial, quando existia um protagonista brincalhão que, no decorrer da história, vai perdendo essa essência pura e aos poucos também vai deixando de conviver com seu grupo de forma amistosa.

É um mérito e ao mesmo tempo culpa do diretor alemão Thorsten ‘Thor’ Klein: se por um lado ele evita os excessos dramáticos, por outro entrega um resultado frio. Trata-se de um filme bem convincente, e só.


sábado, 2 de outubro de 2021

Ligações

Sempre desconfiei que, quando a gente não encontra a resposta para as coisas, coloca a culpa na Física Quântica.

A definição que o Google traz não me pareceu muito convincente. Em todo caso, vou me apegar a ela. Quem sou eu pra discordar?

Então, vamos lá. Para entender o máximo, devemos ir a fundo até o mínimo do mínimo. Átomos, moléculas. Partículas insignificantes do nosso ser. Invisíveis. Desprezíveis - no que se refere ao seu peso.

Mas que exercem uma força magnética incalculável.

Por que tanta conexão elétrica entre dois seres que mal se conhecem no universo?

Como explicar a faísca que se solta dessa ligação?

Qual a química que rola?

Por que o berílio se apaixona loucamente pela amônia?

Por que a cetona largou o sódio pra ficar com o magnésio?

Seria o hélio tão nobre quanto se acha? Já que a única coisa que faz é deixar as pessoas com voz fina?

Que mundo estanho...

Ainda penso que o que une dois corpos no espaço é a ligação covalente entre eles.

A vontade de trocar energias.

A cumplicidade.

Mas será mesmo que dois polos opostos se atraem?

Existe sempre um lado positivo e outro negativo? Ou é tudo uma bagunça só?

Sou a síntese dessa bagunça. Essa mixórdia incompreensível.

De que adianta voltar aos ensaios dos tubos e não encontrar definição para nada?

Qual teoria melhor se aplica ao acaso das coisas?

Fico com a sensação de existir dentro de um buraco negro.

Quanto mais procuro, mais me perco.

Até agora só encontrei dúvidas pétreas e certezas líquidas.

Milhões de interrogações e um único ponto final:

A vida é pó.