quinta-feira, 5 de setembro de 2024

A Vingança de Cinderela

Logo que a Disney perdeu os direitos autorais de suas histórias infantis clássicas, que caíram em domínio público, uma série de produções independentes aproveitaram essa carta de alforria para despejar nas telas suas versões nem tão convencionais. A maioria delas descambou para o terror. Só no Brasil pudemos constatar Ursinho Pooh, Alice no País das Maravilhas e Cinderela. E outras estão prometidas para serem lançadas em breve.

Grande parte delas carrega elementos em comum. O terror trash, o gore, o desembelezamento dos heróis, a sanguinolência desenfreada. Algo meio tragicômico, sem grandes preocupações estéticas. Uma assumida estampa de filme B.

Mas isso não quer dizer que tudo seja farinha do mesmo saco. Ou carne crua da mesma panela. Existem diferenças, ainda que mínimas. A Maldição de Cinderela, lançado meses atrás pela mesma distribuidora, mostra o príncipe encantado como o verdadeiro vilão da história. A cena de revanche, na festa, traz algo de Carrie, A Estranha. E a fada madrinha pouco aparece. Ou não aparece. Não lembro. Esse tipo de filme dificilmente fica retido na memória.

Já A Vingança de Cinderela prepara o espectador para uma catarse final, como se espera. Mas o começo mostra o pai sendo assassinado por matadores de aluguel contratados pela madrasta. Logo no início, entra uma música bem rock and roll, raivosa, ruidosa, com vocal feminino, na linha de Avril Lavigne ou Demi Lovato. Pelo que pesquisei, composta por uma tal de Jax.

As irmãs são igualmente maléficas, sádicas e perversas. Mas o que muda é que, nesta roupagem da gata borralheira, é a fada madrinha quem ganha protagonismo. Mais do que isso eu não posso revelar.