segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Restaurant Week

Seja para prestar um serviço de utilidade pública ou apenas para satisfazer a curiosidade, achei uma boa ideia dar meu parecer sobre o "primeiro tempo" dessa terceira temporada.

Apenas para registro retroativo, os campeões campeoníssimos das edições anteriores foram Chakras e Obá. Gardênia, Caroline, Blú e Butique (ausente nesta temporada) foram bem avaliados. La Table e Forchetta foram as grandes decepções. Vamos lá ao resultado parcial nesta primeira semana, por ordem cronológica:

Quintal da Madalena: começamos bem mal. Houve uma confusão na reserva de mesa, demora demoradíssima em todas as etapas do processo: limpeza da mesa, entrega do cardápio (o menu Restaurant Week nos foi dado após o menu da casa, e não simultaneamente), anotação do pedido, entrega das bebidas (o gelo veio quase todo derretido no copo, o que deixou a bebida aguada), entrega da entrada (servida separadamente ao casal), encerramento da conta, etc. Nem o simpático e atencioso porém solitário garçom conseguiu suprir as falhas e dar conta do movimento. A saladinha de entrada estava honesta, porém o prato principal (miolo de alcatra) estava extremamente duro e, finalizando, o protocolar sorvete com profiteroles era bem sem-gracinha. Uma hora e meia de desgosto. Caldo.

Obá: já conhecíamos a casa, mas quisemos provar o jantar. Novamente, a cozinha contemporânea brasileira-mexicana-tailandesa não fez feio. Eu experimentei a pescada-amarela com legumes, levemente condimentada. A única ressalva é que houve um erro na conta (rapidamente corrigido) e na entrega da (maravilhosa) sobremesa, o que não atrapalhou a eficiência da casa. Pena que a demora do almoço nos fez "conversar com o estômago" até tarde da noite, portanto, nossa sugestão é contrabalancear o Obá com uma refeição bem leve. 4 lentilhas.

Maria Lima: uma grata surpresa que vem da emergente Vila Leopoldina. Serviço rápido, organizado e eficiente, culinária boa, dá vontade de repetir. Bem diferente do almoço de sábado. O filé de avestruz muito bem preparado. A sobremesa, caprichada. E o carpaccio de truta de entrada é campeão. 4,5 lentilhas.

Le Poéme: a grande surpresa. Excelente em tudo. Dá pra se notar que é bistrô de profissionais de primeira linha. O pargo com purê de mandioquinha e ovas de salmão dispensa comentários. E a sobremesa (crepe de avelãs com calda de tangerina e sorvete de framboesa) vai ficar pra história. Mjadra.

Santa Gula: o local (uma viela botânica num casarão rústico da R. Fidalga) é bem agradável, o serviço é correto, mas... e a comida? Bom, vamos lá. Antes de mais nada, é bom avisar que a casa trabalha com a marca Schincariol, portanto, seja bem específico ao pedir sua bebida e sua marca de coração. A entrada, um crepe de salmão, estava honesta. Já o prato principal me deu a impressão de que o estabelecimento estava se aproveitando da "onda" Restaurant Week e oferecendo bem pouco aos fregueses. O filé de frango ao molho mostarda tinha o tamanho das porções dos tradicionais restaurantes franceses e o sabor de um comum restaurante por quilo. No cardápio, onde se lia "batatas rústicas" de acompanhamento, trocou-se o preparo por batatas chips. A sobremesa (uma colher de suflê de chocolate) estava just OK. Não quero ser preconceituoso, mas essa dupla experiência consecutiva reforçou a minha impressão de que a Vila Madalena quer ser algo que não é. Tô cansado de ser enganado. 1 lentilha.

Nenhum comentário: