Trabalho escolar para fazer em casa. Pesquisa sobre protozoários.
Anos 50: você pega emprestado o Thesouro da Juventude de sua avó e procura o verbete no índice. Encontra o verbete no último dos 32 volumes da coleção.
Anos 60: você vai até uma biblioteca pública, pega dezenas de livros, pega outros tantos que nada têm a ver com a pesquisa, devora Kant, apaixona-se por Sartre, decora Marx e sai de lá líder do movimento estudantil.
Anos 70: você vai até uma biblioteca pública, participa de um sarau, descobre a maconha, transa com uma riponga na prateleira de Kerouac e sai de lá ator de teatro.
Anos 80: você paga o CDF da classe pra fazer a pesquisa com o dinheiro de sua mesada e passa a tarde modelando seu cabelo com gel antes de ir pro fliperama.
Anos 90: você descobre a existência do Google. Encontra 147.213 resultados para sua busca, gasta 80% do tempo tentando se reconectar à internet por conexão discada, copia e cola o texto da página UOL Ciência e passa o restinho da tarde vendo MTV.
Anos 2000: você cria uma comunidade no Orkut com o tema, recebe 537 comentários, copia e cola a resposta mais longa e prolixa e passa o resto da tarde no chat do ICQ.
Anos 2010: você não só se recusa a fazer a pesquisa como também questiona a existência dos protozoários e cria um grupo no WhatsApp com seus colegas de classe para fazer um motim exigindo a demissão do professor que utiliza métodos arcaicos e discriminatórios para explicar a origem da vida na Terra.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
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