quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Adeus ano novo

Era pra ser como a virada de um mês qualquer. Do dia 31 de julho para 1º de agosto. De 31 de outubro para 1º de novembro, véspera de Finados. De 31 de março para 1º de abril, dia da mentira. Mas, especificamente na virada de 31 de dezembro para 1º de janeiro, Dia da Confraternização Universal, período em que a Terra completa seu movimento de translação ao redor do Sol, somos imbuídos pelo desejo de mudança. Acreditamos no poder extraordinário da transformação. Trata-se, na verdade, da transição de um dia qualquer. Um minuto qualquer. Mas não. Nós, seres humanos esclarecidos, somos levados a crer que, a partir deste minúsculo pulo do ponteiro do relógio, seremos outros. Da noite para o dia, iniciaremos uma dieta, entraremos na academia, plantaremos uma árvore. E o mundo, é claro, será outro também.

E assim nasceu o feliz ano novo de 2018. Com chuvas intermitentes e nenhuma providência tomada pela Prefeitura para combater as enchentes e alagamentos. Assim como em 2017. Assim como em 2016. Ou em 1734. Este mais recente rebento do Século 21 trouxe um aumento no preço da passagem de ônibus. Antecipou aquilo que, infelizmente, já vinha ocorrendo nos anos anteriores, só que nos meses seguintes ao primeiro: o suicídio de uma estrela do rock dos anos 90. 2018 chegou chegando com uma série de notícias e reportagens sobre acidentes e atropelamentos causados por rachas. É verdade, meu caro. O homem do terceiro milênio ainda idolatra Vin Diesel e acha que apostar corrida de carrinho é sua prova mais inconteste de supremacia e evolução. O ano veio com político que come gente e política que mata gente. Quer mais? Tem mais, sim senhor. A Organização Mundial de Saúde colocou o Estado de São Paulo inteiro como zona de risco da febre amarela. Isso mesmo. Nós, índios, corremos o risco de morrer de febre, aquela doença que já foi detectada num dos primos primatas de nossa selva.

O que esperar de fevreiro? Não sei. Tirando o Carnaval, não faço a mínima ideia. Só sei que a ceia do último Réveillon continua posta na mesa, exatamente do jeitinho que você deixou.


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