Sempre desconfiei que, quando a gente não encontra a resposta para as coisas, coloca a culpa na Física Quântica.
A definição que o Google traz não me pareceu muito convincente. Em todo caso, vou me apegar a ela. Quem sou eu pra discordar?
Então, vamos lá. Para entender o máximo, devemos ir a fundo até o mínimo do mínimo. Átomos, moléculas. Partículas insignificantes do nosso ser. Invisíveis. Desprezíveis - no que se refere ao seu peso.
Mas que exercem uma força magnética incalculável.
Por que tanta conexão elétrica entre dois seres que mal se conhecem no universo?
Como explicar a faísca que se solta dessa ligação?
Qual a química que rola?
Por que o berílio se apaixona loucamente pela amônia?
Por que a cetona largou o sódio pra ficar com o magnésio?
Seria o hélio tão nobre quanto se acha? Já que a única coisa que faz é deixar as pessoas com voz fina?
Que mundo estanho...
Ainda penso que o que une dois corpos no espaço é a ligação covalente entre eles.
A vontade de trocar energias.
A cumplicidade.
Mas será mesmo que dois polos opostos se atraem?
Existe sempre um lado positivo e outro negativo? Ou é tudo uma bagunça só?
Sou a síntese dessa bagunça. Essa mixórdia incompreensível.
De que adianta voltar aos ensaios dos tubos e não encontrar definição para nada?
Qual teoria melhor se aplica ao acaso das coisas?
Fico com a sensação de existir dentro de um buraco negro.
Quanto mais procuro, mais me perco.
Até agora só encontrei dúvidas pétreas e certezas líquidas.
Milhões de interrogações e um único ponto final:
A vida é pó.
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