Falta um pouco de ritmo a esse longa-metragem de estreia do diretor Phil Connell. Como obra debutante, é natural se esperar uma ou outra pisadela.
Começa com o protagonista Russell levando um pé na bunda de seu namorado. Para dar um novo rumo à sua vida, deixa a cidade e vai para o campo morar com sua avó doente Margaret, que resiste à ideia de parar num lar de idosos. Lá, Russell inicia um novo projeto como drag queen em uma boate local.
Embora com um argumento simples, o filme cria diversas oportunidades para explorar os dramas do personagem e suas relações conflituosas. Mas tudo fica nas boas intenções. De um modo geral, as atuações são muito duras, posadas. Connell não encontrou o timing para fazer os cortes certos e deixar as falas mais orgânicas.
Apesar do retrato morno e insosso, No Ritmo da Vida encontra, talvez sem querer, uma potência além dos diálogos. A escolha do repertório musical supera as fraquezas do roteiro. A textura neogótica, os graves dançantes do clima soturno de uma balada, a excelência dos decibéis colocam cada música no pedestal do protagonismo. É a trilha sonora que faz o filme vibrar um pouco mais.
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