sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Chamando o Hugo

Ontem foi o dia do vômito. Voltando pra casa, quase meia-noite, deparo-me com aquela taturana gosmenta sedimentada no piso do ponto de ônibus. Ao adentrar o coletivo, descobri mais uma utilidade do saquinho de papel do Mc Donald’s. O passageiro regurgitante, sentado sozinho no assento duplo superior, ao lado de uma caixinha vazia do cheeseburger da marca, soltou aquela eructação líquida dentro do invólucro que segurava. Nunca vi antipropaganda tão convincente. Ao descer na estação Vila Mariana para fazer baldeação, a coincidência suja e porca me perseguiu. Sobre o ladrilho do terminal de ônibus havia outro rastro com pedaços amarelados da substância azeda, interrompido em seus contornos pelas estrias do solado de algum pisante. Ou os restaurantes da cidade fizeram um motim geral para vender comida estragada com vencimento em 2008, ou os bebuns paulistanos exageraram na birita e voltaram de bumba pra casa pra respeitar a Lei Seca.

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