sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Perdendo a calma

Me causou uma certa tristeza ver a galeria Nova Augusta, ao lado do Cinesesc, com as portas fechadas. O espaço não vingou. Era vazio, tinha boas opções de comida, lojas mais ou menos alternativas e o culto declarado ao veganismo. Não tinha o aspecto desleixado de outlet, tampouco era pernóstico quanto os vizinhos da Oscar Freire. Uma pena. Rola uma boataria de que vai haver uma reforma para abrigar salas de cinema. Aguardemos ansiosamente. Falando em cinema, uma boa e atrasada notícia. O vizinho Cinesesc deixou um pouco de lado aquela formalidade burocrática toda e descontraiu seus músculos faciais. Aquele monte de sinalização obrigatória e restrição aos fumantes ficaram tímidos e apagados diante de algumas melhorias. O hall de entrada, além de comportar fotografias deslumbrantes, ficou mais com cara de lounge. Os banheiros foram transformados em camarins: lâmpadas ao redor dos espelhos e nomes de atores (atrizes, no feminino, segundo me disseram) nas portas dos sanitários. Faltou o nome de Daniel Filho em uma das batentes: ele só faz merda. Mesmo assim, Mastroiani e outras lendas receberam suas devidas homenagens. Mas a melhor mudança ficou por conta da vinheta obrigatória no início da projeção. Em vez de começar falando dos extintores de incêndio, porta antipânico e aquela baboseira toda, já vai direto ao ponto: a conversa paralela durante o filme. Em tom mais brincalhão do que a vinheta anterior, o novo produto satiriza quem usa o celular como lanterna ou fica a sessão inteira no maior falatório. Uma modificação bem-vinda, bem mais interessante do que aquela tenebrosa locução “Mantenha a calma”, facilmente confundida com “Não tenha calma”.

3 comentários:

Tiago disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcia Schmidt disse...

Acho que o hall do Cinesesc ficará assim (e os banheiros talvez?) só até o fim da exposição do Mimmo Cattarinich. Ficou bem bonita a exposição. A vinheta pedindo para não falarem durante a sessão é mais do que necessária nos tempos atuais, algo inédito em salas de cinema, não?
Espero que funcione. Abraço,
Márcia

Tiago Germano disse...

você é a terceira pessoa que me diz ter ouvido "não tenha calma" naquela vinheta do Cinesesc. Já eu tenho problemas com as portas anti-pânico. Você não acha que na hora que o bicho pega, qualquer porta que vier na sua frante, com barra ou sem barra, é um motivo de pânico?