terça-feira, 18 de outubro de 2016

Resenha

(Dica de resenha para quem não entendeu nada daquilo que viu. Copiar e colar. De nada.)


Já fazia muito tempo que essa metrópole não era invadida por uma obra-prima tão sorumbática e armagedônica. Com um estilo pseudo-naïve, calcado nos minimalismos estéticos da nouvelle vague, o autor fez questão de registrar sua sintagmática incontinência catastrófica de provocar. Algo que nos remete ao ostracismo de Nietsche e Kafka, com texturas solfejantes de Carlos Gardel. Incompreendido até a medula, esse recorte social transita nas vestimentas kitsch de Almodóvar, sem perder a mão e a lúgubre consistência bergmaniana do subtexto. Não dá para ficar indiferente a essa regência silábica desorquestrada em seus paradigmas, quando a ruptura hitchcockiana desconstrói a leveza noir tão vulnerável quanto obsoleta. Uma epígrafe tarantinesca para ver, rever e anotar cada pormenor, inclusive seu flerte com os arcabouços da dodecafônica literatura de cordel. É ali que o trabalho ganha organicidade e escapa da diegese de seus antecessores, talvez uma influência maldita que o autor faz questão de abandonar. Na crueza de suas texturas, ou na arregimentação cromática de seus significantes e significados, essa obra definitiva mostra os claros ecos que o legado do primeiro álbum do Red Hot Chili Peppers deixou. Ou o segundo.

Nenhum comentário: