Hoje praticamente tudo se aprende por conta própria no
Google. O resto nos é ensinado por professores em auditórios tecnológicos, com
recursos multimídia e direito a coffee break. Aquele professor vestindo um
impecável Armani, microfone de lapela e caneta laser pra apontar em sua
apresentação Power Point os principais tópicos do conteúdo de seus conhecimentos
técnicos. Tudo muito bonito, muito clean e muito caro.
Mas bom mesmo era o professor de antigamente. Aquele
propedeuta que andava com o cabelo bagunçado e cheio de caspa pra evocar
Einstein. Usava a camisa polo de todos os dias, que nunca ornava com o sapato
gasto e de cadarço, frequentemente desamarrado num pé. Em seu pescoço, estava
pendurado o óculos de grau, utilizado somente para leitura. Professor que urrava
com a alma, passava todo o exercício do seu saber na base do gogó e ficava
rouco pelo menos 1 vez por semana. Circulava sempre com as mãos sujas de giz,
que emporcalhavam o avental branco com uma coloração mista de amarelo, laranja
e carmim. Um avental levemente amassado, com os bolsos bem cheios, e a gente
não sabia se eram preenchidos por questões da prova, calculadora ou a metade
sobrante de um pão com mortadela. Aquele sim, era professor de verdade. Que
suava, que sangrava e que fazia a gente aprender.
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