Difícil imaginar como Passagem Secreta possa ter sido bem recebido no último Festival de Tiradentes. Talvez tenha sido apenas uma enganosa estratégia de marketing para sua divulgação. O evento costuma abraçar trabalhos mais autorais, com amplo espaço para experimentalismos e exercícios estéticos fora do convencional. Não é o caso deste longa dirigido por Rodrigo Grota, que percorre um caminho bem didático em sua narrativa. Uma escolha perigosa, justamente por tentar alcançar terrenos mais seguros.
A história fala de Alice, que precisou se mudar para uma cidade pequena e, ao chegar, começa a morar com o tio. Lá, acaba fazendo um novo grupo de amigos e encontra um portal mágico em um parque de diversões. Ao invadir o parque em uma brincadeira para salvar um colega, Alice descobre segredos sobre sua identidade.
Embora tenha como inspiração o universo imaginativo, Passagem Secreta carece de soluções criativas. Tudo é muito duro, esquemático, gerando pouca graça e interesse. Fica muito clara a dificuldade em dirigir o elenco mirim, que olha para a câmera com suas frases decoradas como se estivesse num teste de comercial para a TV. Derivações de Crônicas de Nárnia e Castelo Rá Rim Bum podem até ser bem-vindas, mas é preciso tomar um certo cuidado. Passagem Secreta prova que existe um grande abismo entre o roteiro bem intencionado e a realização de uma obra. Aqui, a sensação que fica é de uma cópia genérica de D.P.A.
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