sábado, 19 de agosto de 2023

Coisas do Amor

Dificilmente uma comédia alemã que chega ao Brasil tem os ingredientes certos para agradar. Coisas do Amor, dirigido por Anika Decker, é mais um exemplo desse fiasco. Nada parece funcionar na tela.

O filme começa com uma metalinguagem: carrinhos que percorrem um estúdio cinematográfico. Um preparativo para colocar o espectador diante de uma encenação. Tapete vermelho em Berlim, uma multidão de fãs do galã Marvin Bosch na estreia do filme. Uma espera em vão, porque Marvin desaparece depois que sua entrevista com a jornalista de tablóide Bettina Bamberger vai ao ar, com perguntas ácidas que tocam fundo o personagem. A estrela acaba se refugiando em um pequeno teatro feminista independente LGBT+ “3000”, dirigido por Frieda e está à beira da falência.

O filme até toca, bem de leve, em questões mais sensíveis e atuais, como o machismo e os preconceitos sociais. Mas tudo é feito de modo escorregadio, maniqueísta e, logicamente, previsível. Um pastiche com gosto azedo de chucrute.


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