Seus olhos cheios de vida eram o cartão postal de seu rosto enigmático. Foi através desses cintilantes glóbulos negros que adentrei sua misteriosa alma intestina, tão rica e hospitaleira quanto sorumbática. Por estes minúsculos portais rotundos descobri um pouco mais dela e um pouco mais de mim mesmo, e ali permaneci, lânguido e extasiado, até cair no sono. Dormi. Dormi o sono profundo do império onírico por onde fiz essa intensa viagem.
Acordo. E guardo em mim como lembrança a saudade do seu cheiro, mistura ébria de extratos de talento e de sorrisos incontidos. E quero levar pra eternidade esse torpor sinestésico de aromas impregnados em minha roupa, em minha pele, em minha memória. Cheiros presentes que revivem o melhor do passado, alimentando minha inquietude. E a certeza de que o que ficou de mais significativo foi sua essência.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
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