quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ao telefone

(Toque de celular)
- Alô! Sim, é ele... e aííí?!? Putz, cara, nem te conto...
- ...
- Mais ou menos. É, então... aquele dia, você nem sabe o que aconteceu, cara...
- ...
- Isso... mas isso foi depois... aí eu cheguei, falei o que tinha pra dizer, mas o cara entendeu tudo errado. Aí foi só confusão...
- ...
- Mas no final deu tudo certo.
- ...
- Mas eu disse isso... exatamente isso, mas o cara, sei lá...
- ...
- Bom, deixa quieto. E aí, me conta: o que tem feito de bom?
- ...
- Sei... tendi...
- ...
- Tendi...
- ...
- Normal... normal... é, fazer o quê? A vida é assim mesmo.
- ...
- Sei... mas e de resto?
- ...
- Então, tô lá com a minha mina, a gente se mudou, anotaí... vai bem, graças a Deus... tudo bem... me manda... me mand... me manda seu e-mail... cê tá no Face? Tá? Eu te acho...
- ...
- Então, vamos marcar... isso... esse fim de semana não dá porque eu vou viajar... coisa rápida...
- ...
- Demorô. A gente... vamos combinar, então.
- ...
- Aquela breja... aquela breja... não vai esquecer, hein?
- ...
- Hahahaha! Me liga então.
- ...
- Outro grande...
- ...
- Falou, então... abraaaaço!
(...)
- Quem era?
- Atendente de telemarketing. Me ofereceu um cartão de crédito.

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