Segundo Albert Einstein, o tempo é uma grandeza relativa. E
de acordo com Érico Fuks, é traiçoeira também. Por mais relógios (sim, o
relógio voltou a ficar na moda), despertadores e smartphones que a gente tenha,
estamos sempre atrasados para alguma coisa. À medida que envelhecemos, o tempo
torna-se ainda mais caquético quanto à sua irregularidade. Uma fila de banco
que demora uns 40 minutos nos traz a sensação termodinâmica de um semestre. Em
compensação, as 24 horas de um feriado mais parecem o tempo de cozimento de um
miojo.
Quando acumulamos essa sensação de perdas e de ganhos por um
período mais prolongado, aí sim nem parece que o tempo pertence ao nosso
planeta. A gente não se conforma quando vê um menino fazer bar-mitzvah, por
exemplo. "Nossa, carreguei ele no colo faz uns 5 anos atrás...". Não,
não faz. Ele vai completar 13 anos mês que vem. E carregar a Torá no colo
também.
Há exatos 6 meses atrás, conheci uma pessoa incrível. Se
parece mais, se parece menos, não sei. Ao tempo, eu me refiro. Incrível, com
certeza ela é. Vira e mexe a gente relembra alguns momentos marcantes para que
eles fiquem guardados em nossa história. Para que não se percam nas nuvens, na
cloud, ou fiquem armazenados em algum arquivo morto ou diretório impossível de
ser localizado. Essas memórias trazem de volta desde incontidas gargalhadas até
aquele sorriso aberto e contemplativo de saudade.
Mas não é só o passado que nos alimenta. Estamos sempre no
devir. A gente não pensa só no amanhã, como no depois de amanhã também. Fazemos
planos como se o futuro fosse algo muito próximo, uma grandeza iminente que pode
desabrochar a qualquer momento.
Obrigado, Paola Raia, por fazer valer a pena cada minutos
desses 180 dias passados. Torço muito para que o futuro amanhã seja uma
grandeza infinita, onde possam caber todos os nossos planos, as nossas vontades
e o nosso amor. Afinal, parece que o mundo ainda não acabou.
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