quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Plano A

A primeira cena, uma imagem submersa e uma locução em off questionando o espectador sobre uma tomada de decisão, já deixa clara a cumplicidade provocativa que o filme sugere. Como se fosse a legitimação de tudo o que será mostrado a seguir.

Plano A se passa em 1945, exatamente no período pós-guerra. Um grupo de judeus germano-poloneses e sobreviventes do Holocausto planejam contaminar o abastecimento de água potável em várias grandes cidades da Alemanha ocupada, em retaliação aos crimes cometidos durante o período da Segunda Guerra Mundial.

Filmes sobre o nazismo em seu apogeu existem aos montes. Mas essa abordagem num momento subsequente é relativamente inédita. E os diretores Doron e Yoav Paz se saem bem. Existe uma construção de arco dramático consistente, sem os possíveis escorregões na pieguice. 

Quem ajuda no bom resultado é o excelente ator August Diehl no papel principal. Expressivo em suas feições minimalistas, sem cair em exageros, Diehl dá o tom certo ao personagem que ganha força à medida que o filme consegue nos convencer da proposição colocada no início.


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