quinta-feira, 8 de junho de 2023

Três Mulheres: Uma Esperança

Nos dias finais da Segunda Guerra Mundial, soldados alemães abandonam um trem de deportação. Os judeus dentro do comboio serviriam de moeda de troca para serem negociados com o exército russo. A partir dessa realidade, o filme traça o improvável encontro de três frentes da guerra, sob o protagonismo feminino. A judia holandesa Simone, que precisa cuidar do seu marido que contraiu febre tifoide; a desconfiada alemã Winnie, que viu sua mãe ser morta pelos soldados russos; e a atiradora russa Vera.

Trata-se de um filme denso, que aborda um tema árido, embora batido nas telonas. O que ele traz de novo é o foco: os personagens masculinos ocupam papeis secundários. E o que torna o filme ainda mais interessante é que a relação entre as mulheres se dá de forma circunstancial. Não há, em princípio, nenhuma afinidade que as faz se unirem.

Sob o olhar frio e meticuloso da diretora e roteirista holandesa Saskia Diesing, Três Mulheres busca o tempo todo encontrar na tela algum refúgio, alguma brecha para a escapatória diante de um cenário de morte. Embora a guerra esteja prestes a acabar, existe um resíduo moribundo que a diretora faz questão de estampar. É um ato de sobrevivência pós-finale. Nesse sentido, o filme faz diversas trocas de ambiente, como se colocasse na pele do espectador a sensação de fuga e de reencontro.


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