quinta-feira, 8 de junho de 2023

Meu Vizinho Adolf

Segunda Guerra Mundial. Uma família judia, aparentemente feliz, se agrupa para tirar uma foto. Um deles gosta de jogar xadrez. A cena mostra a boa relação familiar, em contraponto às dificuldades mecânicas de se tirar fotografia naquela época.

Corta para os anos 60, Chile. O enxadrista, que parece ser o único sobrevivente da família durante o Holocausto, mora sozinho numa casa vazia. É recluso e mal-humorado. De repente, começa a desconfiar que o vizinho recém-chegado é Adolf Hitler e recorre ao consulado de Israel para fazer a denúncia. Não sendo levado a sério, inicia uma investigação independente para provar sua teoria. Quando as evidências ainda parecem inconclusivas, ele é forçado a se relacionar com o suposto inimigo, igualmente fechado e ranzinza, para obter novas provas.

Até este momento, em que o relacionamento entre ambos parece inóspito, Meu Vizinho Adolf tenta trazer um tom de comédia. Talvez até demais. Não fosse a bela atuação de David Hayman e Udo Kier, o filme correria sérios riscos de se tornar caricato.

Aos poucos, a habilidade do diretor e roteirista Leon Prudovsky transforma o cômico registro desses atritos num material um pouco mais sensível. O atrito e a animosidade de ambos vai derretendo, e o tratamento dado ao filme valoriza a construção dessa improvável amizade. 

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