Desde que a Disney perdeu os direitos autorais sobre suas obras, pelo fato de terem caído em domínio público, diversos estúdios menores se aproveitaram dessa brecha para realizar obras, digamos, pouco ortodoxas. Praticamente todas as historinhas de ninar se transformaram em filmes de terror, usando e abusando do estilo gore ou thrash, como por exemplo Cinderella, Ursinho Pooh, Alice no País das Maravilhas, entre outros.
Por estarem no nosso imaginário coletivo, e por fazerem parte de um bom período de nossa infância, seria de se supor que houvesse filas pra se assistir a esses trágicos contos da carochinha, com ingressos previamente esgotados, como pudemos constatar recentemente na procura por Ainda Estou Aqui. Não é exatamente o caso. Essas sanguinolentas adaptações, aqui no Brasil, amargam divulgações tímidas e lançamentos minúsculos, em pouquíssimas salas e horários, não conseguindo em boa parte de seu repertório aguentar a segunda semana em cartaz.
Mouse Trap - A Diversão Agora É Outra parece ter todos os ingredientes para andar no mesmo caminho. Agora, a bola da vez é o carismático ratinho Mickey, que se transforma num terrível serial killer.
O filme tem em sua introdução (a melhor parte do conjunto) um lettering em movimento no espaço, imitando os créditos iniciais de Star Wars, em que os realizadores se dizem fãs dos estúdios Disney. Mas o filme não fala sobre isso. Fica claro que alguém da produção teve uma ideia de se fazer uma piada, mas não souberam exatamente onde encaixar.
Pula para um grupo de jovens dentro de um fliperama que nos remete aos anos 80. E é nesse contexto que o ratinho do mal aparece (trata-se de um personagem usando uma fantasia, assim como o Ursinho Pooh). Como o personagem está usando máscara e vestimenta temática, igual ao anfitrião da Disneylândia, os demais jovens imaginam se tratar de um comparsa querendo pregar um susto na turma. Bom, aí é que entra o terror slasher.
Mouse Trap segue a fórmula das produções norte-americanas de quatro décadas atrás. Produção de baixo orçamento, roteiro precário, atores péssimos. A melhor parte, portanto, fica por conta de ouvir o tilintar da bolinha de pinball ou outro elemento sonoro que nos leva à máquina Space Invaders.
Como se não bastasse, o filme ainda tenta trazer uma explicação estapafúrdia para justificar a facilidade do Mickey esfaquear pessoas. A boa noticia é que esse desastre tem apenas 80 minutos - e com uma cena pós-créditos finais.

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