quinta-feira, 20 de março de 2025

O Bom Professor

De um modo geral, os filmes que trabalham o tema do ambiente educacional carregam uma certa consistência. Trata-se de um retrato do microcosmo, a sala de aula, para abrir reflexões sobre um universo maior.

O Bom Professor, dirigido por Teddy Lussi-Modeste, não foge à regra. Desde o início se percebe um clima tenso entre o professor Julien (François Civil) e seus alunos. É aquele momento típico de filmar uma conturbada classe, repleta de adolescentes agitados, com a câmera inquieta, vários cortes de cena, e o propedeuta tentando dar sua aula e acalmar os ânimos juvenis.

Neste contexto, uma explicação teórica dá margem a uma interpretação equivocada por parte de uma aluna, que depois acusa Julien na diretoria de assédio.

Desde o início, o longa toma partido do professor e o coloca como vítima da situação. Não há brechas para possíveis entendimentos de que a aluna esteja com a razão. A partir daí, uma bola de neve se forma, e o foco do filme é muito mais trazer essa aflição ao espectador sobre como Julien vai se sair da enrascada do que discutir o assédio propriamente dito.

Mesmo tendo como tema a difamação no âmbito escolar, o Bom Professor trafega por outras nuances, como a burocracia escolar, o comportamento da Geração Z, a homoafetividade. É um filme denso e conciso, quase não abrindo espaço para o respiro e o descanso do recreio. 

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