Exaustivamente propagado como o primeiro filme produzido no Mato Grosso do Sul, chega aos cinemas Do Sul, a Vingança.
Parece que o filme carrega esse preconceito próprio desde o início. Uma breve explicação narra o momento em que o Mato Grosso se separou e deu origem ao novo estado, em 1977. Mas o filme não pretende ser historicamente didático.
A primeira cena propriamente dita mostra o escritor Lauriano numa livraria, em tarde de autógrafos, respondendo algumas perguntas dos leitores curiosos. Para buscar inspiração em seu novo trabalho, Lauriano se infiltra no submundo do tráfico, a fim de investigar uma rede de criminosos.
Se levarmos em consideração a filmografia brasileira atual, com obras ganhadoras de Oscar e outras concorrendo nos principais festivais mundiais, como Cannes e Berlim, pode-se concluir que Mato Grosso do Sul ainda tem um caminho muito longo a percorrer.
Aqui, o emaranhado de situações e personagens, propositalmente criados para gerar confusão e um processo investigativo mais minucioso, não leva o espectador exatamente a um ambiente policialesco bastante difundido no cinema norte-americano dos anos 80. As referências são meio que jogadas, um nome leva a outro, justamente para trazer essa sensação de folhetim de tramoias. Mas isso não chega a ser um ganho. O escritor-repórter se perde nas buscas, e deixa o espectador igualmente perdido.
Embora pareça filme-denúncia, a violência é atenuada. Situações mais pitorescas roubam a cena para dar um tom mais de leveza.
O resultado, entretanto, deixa a desejar. Como thriller, Do Sul não funciona. Como comédia, também fracassa.
É apenas... o primeiro filme do Mato Grosso do Sul. Com boas intenções e pouca inspiração.
Aguardemos o próximo.

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