quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Tempestade Ácida

Nem sempre filme-catástrofe é indício de um trabalho de qualidade. Os possíveis exageros, as situações demasiadamente irreais e inverossímeis, as sequências em hipérbole podem afastar um determinado tipo de público.

Tempestade Ácida, dirigido por Just Philippot, evita cair nessa armadilha. Como a maioria dos filmes do gênero, debruça-se no fato da ameaça iminente, o perigo sempre em vias de acontecer. Isso é o que traz o chamado "suspense". Mas, aqui, Philippot vai além. Nas palavras do diretor, "a água é essencial para nossa sobrevivência, e queria explorar essa dualidade – um elemento vital que, de repente, se transforma em uma ameaça".

Tudo começa quando os noticiários alertam para uma chuva ácida no hemisfério sul, ocasionada pelos desequilíbrios ecológicos, avança para o hemisfério norte, especificamente a França. Entre o desastre propriamente dito e as situações no seu devir, o diretor encontra espaço para reflexões sobre as questões climáticas da atualidade, como o aquecimento global.

Mas não se trata de um trabalho panfletário e ideológico. Esse ponto de partida serve de elemento para trazer convulsões sociais e as tensões dramáticas do núcleo da história. Menos histérico e mais conciso do que alguns congêneres, Tempestade Ácida funciona mais do que entretenimento, levando o espectador ao questionamento sobre o mundo em que vivemos.



Nenhum comentário: