quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Feira de mulheres

Confesso estar meio por fora das convicções político-ideológicas e das visões de mundo das mulheres-fruta que vêm brotando todo dia na imprensa. Não conheço nenhuma, mal devo ter visto o rosto delas (sim, elas têm rosto!). Assim como a Tiazinha, Feiticeira, Carla Perez e outros apagados ícones do passado, a fama desta parcela do universo feminino vem pelas suas partes pudendas, pelo seu gigantesco e abençoado derrière. Nada contra, muito pelo contrário. Já que o Brasil exporta a imagem de que seu povo pensa pela bunda, que esta carnuda nádega seja, pelo menos, campeã olímpica absoluta. O problema é o aspecto efêmero desta fama: tão logo elas caem do pomar, a mídia dá sua apertadinha, grita como feirante pra freguesa levar pra casa e logo, logo amadurecem e apodrecem. Sou intoxicado diariamente com um insistente banner internético da garota-melancia, capa da última Playboy. Notícia velha, que já virou papel pra embrulhar o peixe desta mesma feira livre. Depois dela vieram a garota-melão e, parece, agora a sensação fructuosa do momento é uma tal de Grace Kelly, a garota-maçã que nada tem a ver com o talento artístico homônimo hitchcockiano do passado. A grande vantagem para o público masculino babão é que todas essas musas já vêm com suas roupas descascadas, facilitando a apreciação de suas magníficas polpas. Tudo muito carnavalesco, tudo muito carmenmirandesco. O Brasil é nada mais do que uma somatória colorida de bananas, abacates, laranjas, abacaxis, goiabas e carambolas. Explorado pela natureza até virar bagaço político. Mas algum dia foi diferente?

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