terça-feira, 18 de março de 2008

2 Dias em Paris

Em síntese, é a mistura de Richard Linklater com Woody Allen. Delpy parece ter aprendido muito quando protagonizou Depois do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol, ou o contrário. Este é um filme que percorre, por meio de um discurso atrás do outro, o ambiente solto da cidade. A relação entre o cerne das questões levantadas pelo casal e o pano de fundo urbano é quase simbiótica. Delpy se entrega na tática do deixar-falar quando filma, dando a 2 Dias em Paris esta saudável sensação de naturalidade e improvisos. E somando-se a esse bucólico frescor citadino dos burgos bonitos por sua decadência, entra em cena a neurose hipocondríaca novaiorquina. Adam Goldberg é ótimo. Sutil como o efeito colateral de um Lexotan. A química do casal é muito boa, o metódico americano faz uma espécie de contraponto a Ethan Hawke. Delpy se perde um pouco no decorrer das filmagens, e deixa cair o termômetro nas cenas em que revela sua promiscuidade. Mas isso é um pormenor de um trabalho de estreante, facilmente desconsiderado.


3 lentilhas

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