quarta-feira, 16 de abril de 2008

Modéstia que faz

Acertada a frase que o diretor Eduardo Escorel colocou no final do trailer de seu último filme, O Tempo e o Lugar: breve nO cinemA. Este documentário sobre a vida de Genivaldo da Silva tem seu interesse, mas é claro que é voltado para um público muito específico. Esse reencontro entre o diretor e o ex-líder do movimento dos sem-terra, que já foi protagonista de um dos episódios da série Gente que Faz, é quase tão rico quanto o solo brasileiro, porém quase tão impossível de se concretizar quanto a reforma agrária. Já que o assunto é o assentamento, Escorel foi bem pé-no-chão. A realidade brasileira, cinematograficamente falando, não permite a reprodução de películas a torto e a direito. Ainda mais quando o filme encontra de cara uma série de resistências: é nacional, é documentário, e é sobre o Nordeste. Seria pretensão do diretor colocar a derradeira frase no plural, tendo em vista que a previsão de seu lançamento coincide com uma série de blockbusters típicos do meio do ano: Indiana Jones, Batman, Homem de Ferro, etc. Quando muito, dar-se-á por satisfeito se contemplar uma sala do Bombril ou do Arteplex, aquelas que ficam lá em cima. Esta é a parte que lhe cabe neste latifúndio.

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