segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Bola murcha

A figura do leiloeiro, aquela pessoa que dá marteladas na mesa após o lance final, que acompanha o levantar e abaixar das mãos nesta competição de dinheiro, virou peça de museu. A não ser que alguém acompanhe regularmente os leilões oficiais do governo. Caso contrário, o leiloeiro só é visto em filme. Todavia, cresce na Internet os leilões virtuais, desde os mais convencionais até os mais esdrúxulos. Mercado Livre, e-bay, são algumas versões fiéis desse tipo de compra e venda em que os valores absolutos são trocados pela lei da oferta e da procura. Agora existe um tal de leilão de menor lance, ainda não sei exatamente como funciona. Se a idéia é desvirtuar cada vez mais a maneira tradicional de se vender mercadorias no paralelo, estamos então chegando a níveis insuperáveis de arrojo criativo. Tá certo que um líder, uma figura pública e carismática, uma personalidade acaba despertando o desejo de posse de seus fãs. Seria considerado normal dar lances nos leilões dos óculos do Elton John, por exemplo. Mas leiloar chiclete mascado pelo ator global Cauã Reymond foge do meu limitado campo de compreensão. Isso faz parecer que o ator em questão é tão monumental que qualquer coisa dele tem valor, por mais minúscula e desprezível que possa parecer. Ou o povo brasileiro que se contenta com pouco, sei lá. Mas tudo bem, deixemos os trouxas pagarem fortunas por uma goma de mascar cheia de saliva. E que nem faz bola, ainda por cima.

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