segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mantendo a linha

Agora que a Mostra de Cinema acabou, é hora de lançar avidamente os filmes acumulados que não encontraram espaço no circuito dividido entre o referido festival e os demais lançamentos comerciais. Nesse bolo, inclui-se a enxurrada de filmes nacionais que, especificamente na sexta passada, veio às pencas: Pan-Air, Orquestra de Meninos, À Margem da Linha, Meu Nome é Dindi, além da pré de Pan-Cinema Permanente. Frente a este cenário, resiste em cartaz dois outros longas, Linha de Montagem e Linha de Passe. O primeiro vai muito na linha (sem querer ser pleonástico) da dobradinha Peões/Entreatos. Documentário que mostra um outro tempo do sindicalismo, quando as reivindicações eram mais justas e menos políticas, as lutas salariais eram verdadeiras, a mobilização operária fazia todo sentido. Impressionante como o Lula, desde aquela época, tinha uma retórica tão convincente que conseguia fazer um número de pessoas equivalente a um estádio de futebol lotado ficar quieto e concentrado. Hoje as greves são coercitivas, motivadas por interesses de classes específicas. O movimento sindical resume-se a piquetezinhos atrapalhando o trânsito da Av. Paulista. Um filme que me incitou a fazer uma comparação histórica. Já o outro me trouxe outras reflexões. Funciona quase que como uma antítese do norte-americano Quatro Irmãos, pois aqui a figura materna não consegue dar conta de ser o elemento conectivo de uma estrutura familiar fragmentada. Um dos finais mais impressionantes do cinema brasileiro. Seja por causa do patriarca Luís Inácio ou da premiada Sandra Corveloni, tente encaixar um horário na sua agenda para qualquer um deles, antes que saiam de cartaz e cedam suas cadeiras para as cópias natalinas.

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