segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Gelo magnético

Hoje os novos grupos musicais têm plena consciência de que dificilmente resistirão a um segundo disco. Que seus 15 minutos de fama estão cada vez durando menos do que 15 minutos. Hoje a quantidade de acessos no YouTube para determinada banda não reflete necessariamente a quantidade de CDs vendidos nas lojas. Muito pelo contrário, em alguns casos. Existem grupos que são a coqueluche virtual sem sequer lançarem um único álbum. Hoje a Tower Records chama-se My Space. Música é adquirida de graça e qualquer informação que possa ser compartilhada torna-se velha antes mesmo de sua divulgação. Mesmo assim, ainda existem os heróis da resistência. É prematuro dizer que a qualidade geral caiu, e que a volta às raízes denota falta de criatividade ou acomodação em relação aos novos rumos da música. Dois dos grandes lançamentos de 2009 são veteranos fazendo exatamente aquilo que sempre souberam fazer. Nada de revelações, nada de futuras promessas, novas sonoridades. O Death Magnetic (Metallica) e o Black Ice (AC/DC) são bolachas republicanas, tamanho seu grau de conservadorismo. Repetem sua velha fórmula de agradar aos admiradores headbangers. E não fazem feio. Estão fortes, revigorados. São paus-pra-toda-obra com suas tosses e seus marca-passos. Se as atuais bandinhas de integrantes com cortes desiguais de cabelo e nomes impronunciáveis estão com os dias contados, a contra-reforma então vem pelo lado do bom e velho rock and roll. Isso sim é ser moderno.

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