quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Lula chulé

Não é à toa que a popularidade do nosso Presidente não cai. O PT está em ruínas, a crise econômica ameaça o Brasil, mas Luís Inácio continua firme e forte. Ele é quem realmente entende o povo, fala a língua do povo. Seus discursos são uma mistura de pregação de palanque político com bate-papo de chá da tarde. A empáfia collorida do pretérito, arrogante na mesma proporção de sua desonestidade, não colou. A retórica esclarecida do Mr. Sorbonne mostrava quão longa era a distância entre a plebe e o nosso Presidente Real. Já o Lula não se deixa intimidar por jargões burocráticos engravatados. É preciso ser homem de coragem para assumir que o país sifu e que ele se importa mais com o resultado do Curíntia no fim de semana do que com os indicadores econômicos. E coragem não significa necessariamente ter aquilo roxo ou comer buchada na feira. Agora El Rei provou que tem o dom para ser piadista. Aproveitou que a sapatada do Bush ainda é notícia quente para falar sobre o cheiro de chulé que poderia emanar da sala caso alguém resolvesse fazer o mesmo que o jornalista xiita. Lula é o retrato mal-acabado do Brasil: auto-irônico, repentista, espirituoso. É o apêndice do lado de cá das Tordesilhas. Mantém o bom-humor, mesmo durante esta inevitável queda vertiginosa.

Nenhum comentário: