quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tomou, dançou

Em tese, tudo parece xiita demais. Mas quando a situação passa dos limites e o que está em jogo é a vida, a coisa não assume essa conotação tão injusta assim. Parabéns pelas medidas extremas de prender motoristas alcoolizados e reduzir a tolerância aos níveis de teor alcoólico no sangue. É polêmico? Sim, é polêmico. O sistema de transporte público não funciona à noite, os taxistas de plantão nem sempre são confiáveis, a escuridão das ruas não motiva a se dirigir dentro dos limites de velocidade. Mas o alcoolismo é a principal causa dos acidentes de trânsito. E o Brasil lidera o ranking de acidentes automobilísticos. Ou seja, não dá mais pra ser conivente com a imprudência e a imperícia. Essa medida precisa de ajustes? Sim, precisa de ajustes. Mas, enquanto não chega uma força abrupta para mudar o estado das coisas, nada relevante acontece. Toda e qualquer iniciativa, ainda que crua e embrionária, pensada para se poupar vidas inocentes (nada religioso, apenas me refiro a pessoas no lugar errado na hora errada), é válida. Há um projeto de lei que determina que o air bag seja, com o tempo, um item de série obrigatório em todos os veículos, para todos os passageiros. Ainda existe a força da resistência que rejeita os métodos e o rigor dessa intolerância séria. Duvido que consigam algo mais adiante, a não ser perpetuar no varejo a corrupção. Mas, de um modo geral, a sociedade está mais lúcida em relação à questão. Claro que aqui e ali surgem casos hilários que necessitam de adequações. Um padre gaúcho deixou de tomar o gole do vinho em suas missas. Um cidadão foi pego porque o bafômetro acusou a ingestão de álcool contido na fórmula de enxaguante bucal. Daqui pra frente, quem quiser pegar estrada está proibido de tomar sorvete de passas ao rum, chupar balinhas de licor. Mas, eu garanto, os efeitos dessa abstinência serão muito menos nocivos e preocupantes.

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