quinta-feira, 31 de julho de 2008

Nome Próprio

Difícil dizer quem é irritantemente mais enfadonho: Murilo Salles, Clarah Averbuck, Leandra Leal ou Camila Jam. Cada um na sua esquizofrênica arrogância, todos somam sua parcela de trejeitos simiescos a um contexto supostamente moderno: o apê caindo aos pedaços, o Centro velho, o blog, o dispensável estiloso “puta-que-pariu” o tempo todo, como se estivesse vociferando ali para encobrir o eco do vazio do discurso. Salles até tinha uma coerência artística, embora toscamente trabalhada, nos antecessores Quando Nascem os Anjos e Seja o que Deus Quiser. Uma série de situações e preconceitos decorrentes de mal-entendidos. Equívocos sociais que se intensificam a partir de atos falhos lingüísticos lacanianos. Aqui o diretor abandona essa veia autoral. Preocupa-se um pouco mais com o ambiente, os espaços cênicos, algo que tratou com um certo desleixo nos anteriores. Mas isso não basta. Camila bêbada e promíscua é um antro niilista de seus frágeis e bocejantes tremeliques. Vítima da falcatrua de suas próprias verdades. O emaranhado de tocos de cigarro, visualmente um paralelo ao emaranhado de fios e cabos do computador, traduzem a confusão mental dessa vadia cibernética. Nome Próprio quer atingir algo que não se propõe a fazer. Nome Próprio não é substantivo de coisa alguma. Apenas uma viagem lisérgica com o gosto amargo do vermute de alcachofra dos botecos do Largo do Paissandu.

Caldo

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